Existem coisas na vida que só compreendemos quando as experimentamos. Amor é uma delas. Muito se fala de amor, a todo instante se declara o amor, muitos clichês partem do amor, talvez esse texto seja um clichê sobre o amor. Seria pelo menos metade de todo esse amor, amor de fato? O que é amar de fato? A verdade é que temos amado muito errado... E se não é um amor na dimensão da cruz, disposto a dar a vida, não é amor: é egoísmo.
Amo na medida em que sou amada pelo outro, enquanto deveria amar na medida em que sou amada por Deus. E com que amor Ele tem me amado! Apesar disso ofereço um amor mesquinho, que precisa de reconhecimento e mimos. No fundo o amor que dou é para mim, para me satisfazer, para 'colher afetos'. Como amo errado...
E porque tamanha mesquinhez? Porque amar é doar-se sem reservas e sem receber absolutamente nada em troca. Quando me dôo é com meu egoísmo que dôo, e como para o egoísmo é impossível ficar sem receber nada, feridas profundas vão se abrindo. E o que erroneamente chamamos de amor, passa a doer, machuca e faz sofrer.
Amar é uma solidão. Deus me ama sozinho, sem que eu precise retribuir esse amor. Assim eu sou chamada a amar: independentemente do que me ofereçam em troca. É esse amor que deveria invadir os filmes e livros, é o que deveria ser declarado, o que deveria ser o maior clichê de todos. Como é belo esse amor! Desinteresseiro.
De amor não entendo nada e ainda não tenho experiências para contar, mas espero que Deus me ensine a amar. Que esse amor seja um bálsamo para as feridas que meu egoísmo provoca.
O amor é capaz de doar-se e o egoísmo de doer-se.